segunda-feira, 1 de outubro de 2012

a produção dos protótipos e as relações humanas







    Desde o início do semestre, ficou claro que parte essencial do desenvolvimento deste projeto são as relações estabelecidas entre os estudantes e as pessoas - sejam essas pessoas parte de comunidades carentes, catadores de lixo, artesãos, marceneiros, serralheiros, o professor ou mesmo a família. 

   Apesar da parceria com a comunidade de catadores do PSul não ter ido até o fim, tudo o que aconteceu foi um grande ensinamento para que novas parcerias fossem firmadas e dessem certo, fazendo o projeto re-aproveite ganhar vida.

   Uso este espaço pra destacar a importância do meu grupo de trabalho, porque sem ele o projeto não teria chegado até aqui.

Os pais e o namorado: Primeiro, ressalto a importância de se pedir e ouvir os conselhos dos mais velhos. Meus pais deram opinião e discutiram a viabilidade de várias alternativas criadas, e graças a eles, chegou-se à fase de produção do protótipo sem que muitos ajustes tivessem que ser feitos - além disso, sem o apoio financeiro deles nem uma lâmpada teria sido comprada, então fica o enooorme agradecimento, de todo coração. O namorado se mostrou o melhor parceiro que podia existir e ajudou na produção de todos os protótipos, nos furos, desenhos, na pintura e em detalhes que foram fundamentais para o desenvolvimento do projeto. 

  Falar de família é fácil, mas e as pessoas que não tem interesse algum em ajudar e mesmo assim ajudam?

Seu Xavier: O serralheiro ranzinza que se mostrou uma pessoa doce e muito solícita, se dispôs a fazer toda a parte de metal da luminária e exigiu minha presença em todas as etapas para que eu pudesse de fato aprender o processo. No fim, Seu Xavier ainda disse que o maior presente era ver os alunos satisfeitos. Ainda bem que existe gente como ele no mundo.

Seu João: O marceneiro simpático já conhecido dos alunos por sempre ajudar, se empolgou com o projeto, e terminou a estrutura de madeira do pufe em um dia. Me ligou para decidirmos os pontos finais como o assento, e colocou à disposição uma equipe de 3 pessoas para me ajudar com o projeto. O resultado foi um pufe resistente e muito bem acabado, exatamente como tinha sido pensado desde o início. Seu João, mais uma vez, tornou o projeto realidade e fez mais um aluno feliz.

Ceci Francisca: a costureira faz parte de uma ONG de artesãos (a Paranoarte) e é especializada em bordados e tapetes amarradinhos. Extremamente querida, ela fez questão de mostrar tudo o que sua ONG produz, exaltando as aparições na mídia e as outras parceiras do grupo. É uma costureira precisa, de acabamento impecável, e que tem toda noção de mercado, valor e comércio. Responsável pelo desafio de revestir o pufe, ela se animou desde o início e deu muitas ideias para o problema. Além disso, foi muito bom passar a tarde conversando, apresentá-la à minha mãe e ver as duas rindo como se fossem velhas amigas. Entrar na casa da Ceci, conhecer sua filha, seus bichos de estimação, um pouco da sua vida e das suas aspirações foi a cereja no topo do bolo do projeto re-aproveite. 

   Passar o dia ou algumas horas com essas pessoas incríveis, cheias de histórias e com trajetórias completamente diferentes das nossas foi, definitivamente, a parte mais rica do desenvolvimento deste trabalho. Me aproximar mais ainda da minha família e conhecer um pouco suas opiniões e ideias, foi outro ponto que tornou tudo ainda mais interessante. 

    Esses encontros que PP3 proporcionou foi o que fez do projeto uma experiência valiosa. Todo o percurso que foi feito vale ainda mais do que os produtos finais, e foi o que fez todo o trabalho valer a pena. 

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