sábado, 6 de outubro de 2012

os produtos finais


     O protótipo do pufe




   Acima as fotos do protótipo final do projeto do pufe. No detalhe, na segunda foto, o acabamento feito com a técnica do amarradinho. 
   A peça cumpriu tudo a que se propôs, desde uma produção barata e fácil, até ser bonito, confortável e ter bom acabamento. Em conclusão, o pufe se tornou um bom exemplo de como é possível criar produtos completos, valorizados e agradáveis a partir de matérias primas sem valor. 
 

    O protótipo da luminária





 
    O protótipo da luminária é mostrado nas fotos acima. Este produto também cumpriu todos os requisitos propostos como ter fácil produção e bom acabamento, por exemplo. Esta peça também mostra como é possível valorizar os materiais descartados, tornando-os novos produtos ainda com ainda mais valor que os anteriores. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

as conclusões do projeto



conclusões a partir do protótipo

    O maior ensinamento que a produção do protótipo traz é a importância de se usar todos os artifícios que assegurem que o projeto é possível de ser fabricado - e minimizar as chances de restrições e problemas durante o processo. Consultar especialistas durante a geração de alternativas, imaginar o passo a passo da produção e discutir com pessoas não envolvidas no trabalho são ações que minimizam as chances de haver equívocos projetuais - tanto na produção como durante o uso.
    A produção do protótipo da luminária mostrou, por exemplo, a necessidade de se haver um espaço para o escoamento do calor. Além disso, foi a chance de se pensar em detalhes que ficaram esquecidos inicialmente como a forma de se prender os cabos de aço no teto e a necessidade ou não de se esconder a fiação.
   Já na produção do pufe percebeu-se a dificuldade de se trabalhar com a técnica do amarradinho e foi possível discutir sobre os problemas e solucioná-los.
   O protótipo foi essencial por ter tornado o produto possível de ser fabricado e principalmente por ter dado coerência ao projeto, alinhando o que se desejava inicialmente, à solução formal e a perspectiva de uso do produto.

conclusões do produto:

   Tudo o que se passou durante o desenvolvimento dos produtos mostrou a importância de se pensar em cada parte do processo, da catação do material ao acabamento do protótipo. Uma vez que a intenção é fazer um produto sustentável, todas as etapas precisam ser pensadas afim de, por exemplo, não se utilizar mais material do que necessário, nem gerar desequilíbrios aos que produzem a peça. Todos os passos precisam  ser dados considerando o meio ambiente, os materiais, seus descartes, e principalmente, deve sempre existir preocupação com quem for trabalhar na produção.

   Outro ponto que deve ser considerado é o uso dos produtos por seu público final. Algumas vezes se dá total atenção ao processo e aos conceitos, se esquecendo da real utilidade da peça, que é satisfazer usuários. Considerar este aspecto colabora para o sucesso do produto futuramente.
   Desenvolver este projeto também mostrou que, quando se trata de design feito com resíduos reciclados, é importante se escolher os materiais a serem utilizados baseando-se nas necessidades definidas nos requisitos. Por exemplo, não adianta ter a intenção de produzir uma peça que transmita alto valor agregado, se o material a ser utilizado impossibilita bom acabamento. 
   Por fim, e mais importante, concluiu-se que além de todos estes pontos, é extremamente necessário que projetos como este, que visam beneficiar sociedade, sejam fáceis de serem reproduzidos. É este detalhe que o tornará acessível a qualquer pessoa, podendo impactar de forma positiva a vida de quem tiver disposto a produzí-lo, e só assim as peças cumprirão seu principal requisito.

conclusões da disciplina:

    Finalmente, a relevância de se pensar no quanto, e como, consumimos e descartamos resíduos, e a possibilidade de se ter contato com pessoas de realidades profundamente diferentes foram os pontos altos da disciplina. As reflexões que surgiram transformaram o olhar do estudante perante os materiais de descarte e frente a metodologia do design. Essas mudanças se mostram relevantes por poderem se desdobrar em atitudes futuras em benefício do meio-ambiente e a inovação dos processos de desenvolvimento de novos produtos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

a produção dos protótipos - o pufe

    A montagem do protótipo do pufe também correu sem problemas. Devido ao pouco tempo até a apresentação final dos trabalhos, optou-se por fazer um protótipo pequeno, de dois lugares e com apenas parte do revestimento necessário para que se pudesse ter noção das técnicas utilizadas e dos passos a se seguir. 



    A construção da estrutura levou poucas horas, e consistiu na marcação e no corte da chapa de MDF de 1,5cm com uma serra manual. O acabamento foi feito com lixa, abaulando as pontas secas. 





  


Os pneus foram encontrados na rua, e após serem limpos, foram furados junto ao tampo de madeira, marcando os pontos de encaixe. Após esta etapa, o estofamento foi feito utilizando retalhos de tecido que seriam dispensados em uma confecção de roupas de praia. Um pedaço descartado de espuma foi utilizado para tornar a superfície mais homogênea. Para fechar o estofado utilizou-se um pedaço de juta, que com um grampeador industrial, foi preso à chapa de MDF. A estrutura de madeira foi então encaixada e aparafusada nos pneus, sendo depois bem presa com porcas. 


   A segunda fase, que será explicada mais à fundo no tutorial a ser desenvolvido, foi o revestimento. A técnica do amarradinho foi escolhida para revestir a peça por ser tipicamente brasileira e principalmente por ser feita a partir de retalhos de tecido que seriam descartados. O desenvolvimento é bastante simples, e sua utilização torna a peça ainda mais sustentável, uma vez que reduz a quantidade de resíduos no meio-ambiente, além de poder ser elaborado por qualquer pessoa.

   O pufe ficou muito confortável e com aparência interessante que visa despertar a curiosidade tátil do usuário, cumprindo de forma muito satisfatória a lista de requisitos a que se propunha.

   

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

a produção dos protótipos - a luminária


   A produção do protótipo da luminária foi bastante simples e correu praticamente sem problemas. O desenho da alternativa formal escolhida foi passado ao Seu Xavier, o serralheiro que auxilia alunos de engenharia mecânica no laboratório da UnB. A produção começou imediatamente.

   O único problema que a produção enfrentou foi a chapa de metal escolhida para a estrutura: por não ser muito resistente, a chapa comprada por R$ 20,00 de 0,3 x 1m de alumínio teve que ser substituída por uma chapa de aço de 18mm, que custou por volta de R$ 15,00. 

  O processo de produção, que será detalhado em um tutorial, envolveu o corte da chapa, a marcação das distâncias das dobras e soldas, a dobra (feita em uma dobradeira e retocada com martelo e formão) a solda e os furos para sustentação, fiação e respiro.

   Abaixo vemos algumas fotos do processo:


 


 


  Depois da estrutura pronta rebarbas do metal foram lixadas à mão e a base metálica foi pintada de forma uniforme com tinta multiuso branca. Foram necessárias 4 demãos para que a chapa ficasse bem coberta.




   O passo seguinte foi prender os cabos de aço (comprados a 0,68 centavos o metro) aos furos de sustentação, fazer as instalações elétricas e prender todo o conjunto à uma tábua de MDF para exposição.




   O resultado foi uma luminária muito bem acabada, com formas inovadoras, bom desempenho e aparência de alto valor agregado, cumprindo satisfatoriamente os requisitos propostos pela disciplina.

a produção dos protótipos e as relações humanas







    Desde o início do semestre, ficou claro que parte essencial do desenvolvimento deste projeto são as relações estabelecidas entre os estudantes e as pessoas - sejam essas pessoas parte de comunidades carentes, catadores de lixo, artesãos, marceneiros, serralheiros, o professor ou mesmo a família. 

   Apesar da parceria com a comunidade de catadores do PSul não ter ido até o fim, tudo o que aconteceu foi um grande ensinamento para que novas parcerias fossem firmadas e dessem certo, fazendo o projeto re-aproveite ganhar vida.

   Uso este espaço pra destacar a importância do meu grupo de trabalho, porque sem ele o projeto não teria chegado até aqui.

Os pais e o namorado: Primeiro, ressalto a importância de se pedir e ouvir os conselhos dos mais velhos. Meus pais deram opinião e discutiram a viabilidade de várias alternativas criadas, e graças a eles, chegou-se à fase de produção do protótipo sem que muitos ajustes tivessem que ser feitos - além disso, sem o apoio financeiro deles nem uma lâmpada teria sido comprada, então fica o enooorme agradecimento, de todo coração. O namorado se mostrou o melhor parceiro que podia existir e ajudou na produção de todos os protótipos, nos furos, desenhos, na pintura e em detalhes que foram fundamentais para o desenvolvimento do projeto. 

  Falar de família é fácil, mas e as pessoas que não tem interesse algum em ajudar e mesmo assim ajudam?

Seu Xavier: O serralheiro ranzinza que se mostrou uma pessoa doce e muito solícita, se dispôs a fazer toda a parte de metal da luminária e exigiu minha presença em todas as etapas para que eu pudesse de fato aprender o processo. No fim, Seu Xavier ainda disse que o maior presente era ver os alunos satisfeitos. Ainda bem que existe gente como ele no mundo.

Seu João: O marceneiro simpático já conhecido dos alunos por sempre ajudar, se empolgou com o projeto, e terminou a estrutura de madeira do pufe em um dia. Me ligou para decidirmos os pontos finais como o assento, e colocou à disposição uma equipe de 3 pessoas para me ajudar com o projeto. O resultado foi um pufe resistente e muito bem acabado, exatamente como tinha sido pensado desde o início. Seu João, mais uma vez, tornou o projeto realidade e fez mais um aluno feliz.

Ceci Francisca: a costureira faz parte de uma ONG de artesãos (a Paranoarte) e é especializada em bordados e tapetes amarradinhos. Extremamente querida, ela fez questão de mostrar tudo o que sua ONG produz, exaltando as aparições na mídia e as outras parceiras do grupo. É uma costureira precisa, de acabamento impecável, e que tem toda noção de mercado, valor e comércio. Responsável pelo desafio de revestir o pufe, ela se animou desde o início e deu muitas ideias para o problema. Além disso, foi muito bom passar a tarde conversando, apresentá-la à minha mãe e ver as duas rindo como se fossem velhas amigas. Entrar na casa da Ceci, conhecer sua filha, seus bichos de estimação, um pouco da sua vida e das suas aspirações foi a cereja no topo do bolo do projeto re-aproveite. 

   Passar o dia ou algumas horas com essas pessoas incríveis, cheias de histórias e com trajetórias completamente diferentes das nossas foi, definitivamente, a parte mais rica do desenvolvimento deste trabalho. Me aproximar mais ainda da minha família e conhecer um pouco suas opiniões e ideias, foi outro ponto que tornou tudo ainda mais interessante. 

    Esses encontros que PP3 proporcionou foi o que fez do projeto uma experiência valiosa. Todo o percurso que foi feito vale ainda mais do que os produtos finais, e foi o que fez todo o trabalho valer a pena. 

o pufe - geração e escolha de alternativas



    A geração de alternativas do pufe não foi fácil. Apesar das sucessivas orientações junto ao professor, não se saía do básico: um pneu revestido. Após algumas tentativas frustrantes de desenvolver apoios e pés para o pufe - e até tentar fazer um pufe pendente - concluí que, de fato, não havia como fugir do pneu revestido e nem era necessário. Como foi discutido com o professor, a grande inovação deste projeto não é a forma da peça, mas sim o impacto dela na vida das pessoas. Este pufe seria relevante não por ter uma aparência diferente, mas por tirar um pneu velho da natureza, dando a ele outra utilidade que não a de transmitir doenças. Depois, se o pufe seguir o que se deseja e tiver fácil produção, qualquer pessoa pode reproduzí-lo, e com sua venda, melhorar as finanças, ou ainda ajudar sua comunidade, por exemplo. Este lado social e ambiental do pufe já justificam seu desenvolvimento, e por isso, são o diferencial deste projeto.
  
   Depois de discutir a conclusão acima com o professor, começou uma fase de geração de alternativas mais livre, que não tinha tanta preocupação com a forma, mas sim com o processo produtivo que seria necessário. Sendo assim, desenvolvendo um pouco mais a alternativa hachurada na foto acima, e aliando-a ao conhecimento do professor, chegou-se à opção final, que segue abaixo.



   Um pufe de muitos lugares, com forma altamente orgânica e limpa, que inspira curiosidade e convida à exploração. Seria uma peça para ambientes grandes, como lounges, exposições e feiras, e seria modular à outras peças similares. Outra vantagem dessa alternativa é que, como a luminária, o pufe se adequa às possibilidades de quem o produz, podendo ser do tamanho que se deseja, e usar quantos pneus houver à disposição. 


   A base do pufe será os pneus descartados, já os assentos e as estruturas que conferem a forma orgânica deverão ser feitos com chapas de MDF cortadas nas formas desejadas, com serra manual ou tico-tico. A base e as estruturas serão furadas e aparafusadas, e estarão bem presas com porcas. O preenchimento dos assentos deve ser feito com retalhos de tecido também de descarte, e o revestimento deverá ser feito a partir de técnicas manuais de artesanato, conforme a disponibilidade de quem produzirá a peça.

   Para fabricar o protótipo do pufe foram gastos em torno de R$ 50,00. A chapa de MDF foi comprada, mas não seria dificilmente encontrada em centros de descarte. O custo da madeira ficou em torno de R$ 30,00. A juta para revestir o estofamento custou R$ 2,00 o metro, e foram gastos 2m. O conjunto de porcas e parafusos custou em torno de R$ 15,00.

  Além de ter produção fácil e barata, a alternativa escolhida tem forma moderna e interessante, e se for dado o acabamento devido, será uma peça de alto valor agregado, cumprindo com os requisitos estipulados até aqui. 

   Após essas definições, os desenhos acima foram passados ao Seu João, marceneiro da Prefeitura da UnB para que o protótipo fosse desenvolvido. Sua produção será em breve mostrada no blog.

a luminária - geração e escolha de alternativas




   Seguindo os requisitos e o que foi definido pelo painel semântico, a segunda geração de alternativas da luminária buscou formas mais modernas e bem acabadas, que se assemelhassem mais às luminárias presentes no mercado, e menos àquelas mais artesanais. A intenção é focar no aumento do valor agregado da peça. Por tudo o que foi dito no post "o retorno é o fim e o começo" a preocupação em utilizar apenas materiais descartados diminuiu conforme a parceria com a comunidade de catadores perdeu força, e agora as gerações de alternativa passaram a buscar opções formais fáceis e baratas de serem produzidas.
   Buscando dar movimento à peça e na tentativa de criar um volume iluminado com os potes de descarte, as primeiras alternativas apresentaram uma chapa metálica curvada que ficaria quase imperceptível e seria onde os potes estariam presos. Após a tentativa de desenvolvimento do desenho, essa alterativa mostrou-se inviável, já que a curvatura da chapa impossibilitaria que os potes ficassem presos paralelos um ao outro. A partir deste problema, a alternativa passou a ser uma chapa dobrada em ângulos retos. Apesar da forma mais geométrica e dura, esta alternativa também imprimiria movimento aos potes, ao mesmo tempo que criaria a noção desejada de um volume único.




    Após algumas tentativas de composição, a opção escolhida foi a representada acima. Apesar dos ângulos retos e duros, esta opção imprime ritmo à peça, criando ainda mais noção de movimento - além de ser uma forma moderna e elegante. Essas características agregam valor ao produto, e chegam exatamente ao ponto onde o projeto pretendia chegar: uma luminária feita com pouco material, de baixo custo de produção, com matéria-prima de descarte e gerando alto valor agregado. Esta será a peça produzida no projeto re-aproveite.


  Para o início da produção, o desenho acima foi passado para o solícito Seu Xavier, serralheiro do laboratório de Engenharia Mecânica - SG9 da UnB. As medidas usadas se basearam no tamanho desejado para o protótipo e no tamanho dos potes a serem usados. Isto é muito relevante para o projeto, uma vez que as medidas da luminária podem variar de acordo com a necessidade e a disponibilidade de material de quem a produz, se adequando perfeitamente às restrições de produção e tornando possível que qualquer pessoa reproduza a peça.

  É importante citar que na produção desta luminária foi gasto apenas R$ 60,00. A chapa metálica custou R$ 15,00, os cabos de aço foram comprados por R$ 0,68 o metro, e foram necessário 2 metros para a produção. Cada presilha para o cabo de aço custou em torno de R$ 8,00, e com fiação + bocais + lâmpadas o gasto ficou em torno de R$ 9,00, já o spray branco ficou em torno de R$ 10,00.

   No desenho acima, vemos a chapa metálica planificada, com as medidas que foram usadas na produção do protótipo. Foi definido que a luminária seria presa por cabos de aço nas quatro pontas, o que conferiria resistência à peça. Os potes seriam soldados à chapa, e teriam dois furos: um para a passagem da fiação elétrica e outro para auxiliar a troca de ar entre o meio externo e o interno, diminuindo os riscos de acidente por aquecimento da peça. 

  A partir dessas definições, a produção do protótipo foi iniciada - e será documentada em breve no blog.