sábado, 6 de outubro de 2012

os produtos finais


     O protótipo do pufe




   Acima as fotos do protótipo final do projeto do pufe. No detalhe, na segunda foto, o acabamento feito com a técnica do amarradinho. 
   A peça cumpriu tudo a que se propôs, desde uma produção barata e fácil, até ser bonito, confortável e ter bom acabamento. Em conclusão, o pufe se tornou um bom exemplo de como é possível criar produtos completos, valorizados e agradáveis a partir de matérias primas sem valor. 
 

    O protótipo da luminária





 
    O protótipo da luminária é mostrado nas fotos acima. Este produto também cumpriu todos os requisitos propostos como ter fácil produção e bom acabamento, por exemplo. Esta peça também mostra como é possível valorizar os materiais descartados, tornando-os novos produtos ainda com ainda mais valor que os anteriores. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

as conclusões do projeto



conclusões a partir do protótipo

    O maior ensinamento que a produção do protótipo traz é a importância de se usar todos os artifícios que assegurem que o projeto é possível de ser fabricado - e minimizar as chances de restrições e problemas durante o processo. Consultar especialistas durante a geração de alternativas, imaginar o passo a passo da produção e discutir com pessoas não envolvidas no trabalho são ações que minimizam as chances de haver equívocos projetuais - tanto na produção como durante o uso.
    A produção do protótipo da luminária mostrou, por exemplo, a necessidade de se haver um espaço para o escoamento do calor. Além disso, foi a chance de se pensar em detalhes que ficaram esquecidos inicialmente como a forma de se prender os cabos de aço no teto e a necessidade ou não de se esconder a fiação.
   Já na produção do pufe percebeu-se a dificuldade de se trabalhar com a técnica do amarradinho e foi possível discutir sobre os problemas e solucioná-los.
   O protótipo foi essencial por ter tornado o produto possível de ser fabricado e principalmente por ter dado coerência ao projeto, alinhando o que se desejava inicialmente, à solução formal e a perspectiva de uso do produto.

conclusões do produto:

   Tudo o que se passou durante o desenvolvimento dos produtos mostrou a importância de se pensar em cada parte do processo, da catação do material ao acabamento do protótipo. Uma vez que a intenção é fazer um produto sustentável, todas as etapas precisam ser pensadas afim de, por exemplo, não se utilizar mais material do que necessário, nem gerar desequilíbrios aos que produzem a peça. Todos os passos precisam  ser dados considerando o meio ambiente, os materiais, seus descartes, e principalmente, deve sempre existir preocupação com quem for trabalhar na produção.

   Outro ponto que deve ser considerado é o uso dos produtos por seu público final. Algumas vezes se dá total atenção ao processo e aos conceitos, se esquecendo da real utilidade da peça, que é satisfazer usuários. Considerar este aspecto colabora para o sucesso do produto futuramente.
   Desenvolver este projeto também mostrou que, quando se trata de design feito com resíduos reciclados, é importante se escolher os materiais a serem utilizados baseando-se nas necessidades definidas nos requisitos. Por exemplo, não adianta ter a intenção de produzir uma peça que transmita alto valor agregado, se o material a ser utilizado impossibilita bom acabamento. 
   Por fim, e mais importante, concluiu-se que além de todos estes pontos, é extremamente necessário que projetos como este, que visam beneficiar sociedade, sejam fáceis de serem reproduzidos. É este detalhe que o tornará acessível a qualquer pessoa, podendo impactar de forma positiva a vida de quem tiver disposto a produzí-lo, e só assim as peças cumprirão seu principal requisito.

conclusões da disciplina:

    Finalmente, a relevância de se pensar no quanto, e como, consumimos e descartamos resíduos, e a possibilidade de se ter contato com pessoas de realidades profundamente diferentes foram os pontos altos da disciplina. As reflexões que surgiram transformaram o olhar do estudante perante os materiais de descarte e frente a metodologia do design. Essas mudanças se mostram relevantes por poderem se desdobrar em atitudes futuras em benefício do meio-ambiente e a inovação dos processos de desenvolvimento de novos produtos.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

a produção dos protótipos - o pufe

    A montagem do protótipo do pufe também correu sem problemas. Devido ao pouco tempo até a apresentação final dos trabalhos, optou-se por fazer um protótipo pequeno, de dois lugares e com apenas parte do revestimento necessário para que se pudesse ter noção das técnicas utilizadas e dos passos a se seguir. 



    A construção da estrutura levou poucas horas, e consistiu na marcação e no corte da chapa de MDF de 1,5cm com uma serra manual. O acabamento foi feito com lixa, abaulando as pontas secas. 





  


Os pneus foram encontrados na rua, e após serem limpos, foram furados junto ao tampo de madeira, marcando os pontos de encaixe. Após esta etapa, o estofamento foi feito utilizando retalhos de tecido que seriam dispensados em uma confecção de roupas de praia. Um pedaço descartado de espuma foi utilizado para tornar a superfície mais homogênea. Para fechar o estofado utilizou-se um pedaço de juta, que com um grampeador industrial, foi preso à chapa de MDF. A estrutura de madeira foi então encaixada e aparafusada nos pneus, sendo depois bem presa com porcas. 


   A segunda fase, que será explicada mais à fundo no tutorial a ser desenvolvido, foi o revestimento. A técnica do amarradinho foi escolhida para revestir a peça por ser tipicamente brasileira e principalmente por ser feita a partir de retalhos de tecido que seriam descartados. O desenvolvimento é bastante simples, e sua utilização torna a peça ainda mais sustentável, uma vez que reduz a quantidade de resíduos no meio-ambiente, além de poder ser elaborado por qualquer pessoa.

   O pufe ficou muito confortável e com aparência interessante que visa despertar a curiosidade tátil do usuário, cumprindo de forma muito satisfatória a lista de requisitos a que se propunha.

   

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

a produção dos protótipos - a luminária


   A produção do protótipo da luminária foi bastante simples e correu praticamente sem problemas. O desenho da alternativa formal escolhida foi passado ao Seu Xavier, o serralheiro que auxilia alunos de engenharia mecânica no laboratório da UnB. A produção começou imediatamente.

   O único problema que a produção enfrentou foi a chapa de metal escolhida para a estrutura: por não ser muito resistente, a chapa comprada por R$ 20,00 de 0,3 x 1m de alumínio teve que ser substituída por uma chapa de aço de 18mm, que custou por volta de R$ 15,00. 

  O processo de produção, que será detalhado em um tutorial, envolveu o corte da chapa, a marcação das distâncias das dobras e soldas, a dobra (feita em uma dobradeira e retocada com martelo e formão) a solda e os furos para sustentação, fiação e respiro.

   Abaixo vemos algumas fotos do processo:


 


 


  Depois da estrutura pronta rebarbas do metal foram lixadas à mão e a base metálica foi pintada de forma uniforme com tinta multiuso branca. Foram necessárias 4 demãos para que a chapa ficasse bem coberta.




   O passo seguinte foi prender os cabos de aço (comprados a 0,68 centavos o metro) aos furos de sustentação, fazer as instalações elétricas e prender todo o conjunto à uma tábua de MDF para exposição.




   O resultado foi uma luminária muito bem acabada, com formas inovadoras, bom desempenho e aparência de alto valor agregado, cumprindo satisfatoriamente os requisitos propostos pela disciplina.

a produção dos protótipos e as relações humanas







    Desde o início do semestre, ficou claro que parte essencial do desenvolvimento deste projeto são as relações estabelecidas entre os estudantes e as pessoas - sejam essas pessoas parte de comunidades carentes, catadores de lixo, artesãos, marceneiros, serralheiros, o professor ou mesmo a família. 

   Apesar da parceria com a comunidade de catadores do PSul não ter ido até o fim, tudo o que aconteceu foi um grande ensinamento para que novas parcerias fossem firmadas e dessem certo, fazendo o projeto re-aproveite ganhar vida.

   Uso este espaço pra destacar a importância do meu grupo de trabalho, porque sem ele o projeto não teria chegado até aqui.

Os pais e o namorado: Primeiro, ressalto a importância de se pedir e ouvir os conselhos dos mais velhos. Meus pais deram opinião e discutiram a viabilidade de várias alternativas criadas, e graças a eles, chegou-se à fase de produção do protótipo sem que muitos ajustes tivessem que ser feitos - além disso, sem o apoio financeiro deles nem uma lâmpada teria sido comprada, então fica o enooorme agradecimento, de todo coração. O namorado se mostrou o melhor parceiro que podia existir e ajudou na produção de todos os protótipos, nos furos, desenhos, na pintura e em detalhes que foram fundamentais para o desenvolvimento do projeto. 

  Falar de família é fácil, mas e as pessoas que não tem interesse algum em ajudar e mesmo assim ajudam?

Seu Xavier: O serralheiro ranzinza que se mostrou uma pessoa doce e muito solícita, se dispôs a fazer toda a parte de metal da luminária e exigiu minha presença em todas as etapas para que eu pudesse de fato aprender o processo. No fim, Seu Xavier ainda disse que o maior presente era ver os alunos satisfeitos. Ainda bem que existe gente como ele no mundo.

Seu João: O marceneiro simpático já conhecido dos alunos por sempre ajudar, se empolgou com o projeto, e terminou a estrutura de madeira do pufe em um dia. Me ligou para decidirmos os pontos finais como o assento, e colocou à disposição uma equipe de 3 pessoas para me ajudar com o projeto. O resultado foi um pufe resistente e muito bem acabado, exatamente como tinha sido pensado desde o início. Seu João, mais uma vez, tornou o projeto realidade e fez mais um aluno feliz.

Ceci Francisca: a costureira faz parte de uma ONG de artesãos (a Paranoarte) e é especializada em bordados e tapetes amarradinhos. Extremamente querida, ela fez questão de mostrar tudo o que sua ONG produz, exaltando as aparições na mídia e as outras parceiras do grupo. É uma costureira precisa, de acabamento impecável, e que tem toda noção de mercado, valor e comércio. Responsável pelo desafio de revestir o pufe, ela se animou desde o início e deu muitas ideias para o problema. Além disso, foi muito bom passar a tarde conversando, apresentá-la à minha mãe e ver as duas rindo como se fossem velhas amigas. Entrar na casa da Ceci, conhecer sua filha, seus bichos de estimação, um pouco da sua vida e das suas aspirações foi a cereja no topo do bolo do projeto re-aproveite. 

   Passar o dia ou algumas horas com essas pessoas incríveis, cheias de histórias e com trajetórias completamente diferentes das nossas foi, definitivamente, a parte mais rica do desenvolvimento deste trabalho. Me aproximar mais ainda da minha família e conhecer um pouco suas opiniões e ideias, foi outro ponto que tornou tudo ainda mais interessante. 

    Esses encontros que PP3 proporcionou foi o que fez do projeto uma experiência valiosa. Todo o percurso que foi feito vale ainda mais do que os produtos finais, e foi o que fez todo o trabalho valer a pena. 

o pufe - geração e escolha de alternativas



    A geração de alternativas do pufe não foi fácil. Apesar das sucessivas orientações junto ao professor, não se saía do básico: um pneu revestido. Após algumas tentativas frustrantes de desenvolver apoios e pés para o pufe - e até tentar fazer um pufe pendente - concluí que, de fato, não havia como fugir do pneu revestido e nem era necessário. Como foi discutido com o professor, a grande inovação deste projeto não é a forma da peça, mas sim o impacto dela na vida das pessoas. Este pufe seria relevante não por ter uma aparência diferente, mas por tirar um pneu velho da natureza, dando a ele outra utilidade que não a de transmitir doenças. Depois, se o pufe seguir o que se deseja e tiver fácil produção, qualquer pessoa pode reproduzí-lo, e com sua venda, melhorar as finanças, ou ainda ajudar sua comunidade, por exemplo. Este lado social e ambiental do pufe já justificam seu desenvolvimento, e por isso, são o diferencial deste projeto.
  
   Depois de discutir a conclusão acima com o professor, começou uma fase de geração de alternativas mais livre, que não tinha tanta preocupação com a forma, mas sim com o processo produtivo que seria necessário. Sendo assim, desenvolvendo um pouco mais a alternativa hachurada na foto acima, e aliando-a ao conhecimento do professor, chegou-se à opção final, que segue abaixo.



   Um pufe de muitos lugares, com forma altamente orgânica e limpa, que inspira curiosidade e convida à exploração. Seria uma peça para ambientes grandes, como lounges, exposições e feiras, e seria modular à outras peças similares. Outra vantagem dessa alternativa é que, como a luminária, o pufe se adequa às possibilidades de quem o produz, podendo ser do tamanho que se deseja, e usar quantos pneus houver à disposição. 


   A base do pufe será os pneus descartados, já os assentos e as estruturas que conferem a forma orgânica deverão ser feitos com chapas de MDF cortadas nas formas desejadas, com serra manual ou tico-tico. A base e as estruturas serão furadas e aparafusadas, e estarão bem presas com porcas. O preenchimento dos assentos deve ser feito com retalhos de tecido também de descarte, e o revestimento deverá ser feito a partir de técnicas manuais de artesanato, conforme a disponibilidade de quem produzirá a peça.

   Para fabricar o protótipo do pufe foram gastos em torno de R$ 50,00. A chapa de MDF foi comprada, mas não seria dificilmente encontrada em centros de descarte. O custo da madeira ficou em torno de R$ 30,00. A juta para revestir o estofamento custou R$ 2,00 o metro, e foram gastos 2m. O conjunto de porcas e parafusos custou em torno de R$ 15,00.

  Além de ter produção fácil e barata, a alternativa escolhida tem forma moderna e interessante, e se for dado o acabamento devido, será uma peça de alto valor agregado, cumprindo com os requisitos estipulados até aqui. 

   Após essas definições, os desenhos acima foram passados ao Seu João, marceneiro da Prefeitura da UnB para que o protótipo fosse desenvolvido. Sua produção será em breve mostrada no blog.

a luminária - geração e escolha de alternativas




   Seguindo os requisitos e o que foi definido pelo painel semântico, a segunda geração de alternativas da luminária buscou formas mais modernas e bem acabadas, que se assemelhassem mais às luminárias presentes no mercado, e menos àquelas mais artesanais. A intenção é focar no aumento do valor agregado da peça. Por tudo o que foi dito no post "o retorno é o fim e o começo" a preocupação em utilizar apenas materiais descartados diminuiu conforme a parceria com a comunidade de catadores perdeu força, e agora as gerações de alternativa passaram a buscar opções formais fáceis e baratas de serem produzidas.
   Buscando dar movimento à peça e na tentativa de criar um volume iluminado com os potes de descarte, as primeiras alternativas apresentaram uma chapa metálica curvada que ficaria quase imperceptível e seria onde os potes estariam presos. Após a tentativa de desenvolvimento do desenho, essa alterativa mostrou-se inviável, já que a curvatura da chapa impossibilitaria que os potes ficassem presos paralelos um ao outro. A partir deste problema, a alternativa passou a ser uma chapa dobrada em ângulos retos. Apesar da forma mais geométrica e dura, esta alternativa também imprimiria movimento aos potes, ao mesmo tempo que criaria a noção desejada de um volume único.




    Após algumas tentativas de composição, a opção escolhida foi a representada acima. Apesar dos ângulos retos e duros, esta opção imprime ritmo à peça, criando ainda mais noção de movimento - além de ser uma forma moderna e elegante. Essas características agregam valor ao produto, e chegam exatamente ao ponto onde o projeto pretendia chegar: uma luminária feita com pouco material, de baixo custo de produção, com matéria-prima de descarte e gerando alto valor agregado. Esta será a peça produzida no projeto re-aproveite.


  Para o início da produção, o desenho acima foi passado para o solícito Seu Xavier, serralheiro do laboratório de Engenharia Mecânica - SG9 da UnB. As medidas usadas se basearam no tamanho desejado para o protótipo e no tamanho dos potes a serem usados. Isto é muito relevante para o projeto, uma vez que as medidas da luminária podem variar de acordo com a necessidade e a disponibilidade de material de quem a produz, se adequando perfeitamente às restrições de produção e tornando possível que qualquer pessoa reproduza a peça.

  É importante citar que na produção desta luminária foi gasto apenas R$ 60,00. A chapa metálica custou R$ 15,00, os cabos de aço foram comprados por R$ 0,68 o metro, e foram necessário 2 metros para a produção. Cada presilha para o cabo de aço custou em torno de R$ 8,00, e com fiação + bocais + lâmpadas o gasto ficou em torno de R$ 9,00, já o spray branco ficou em torno de R$ 10,00.

   No desenho acima, vemos a chapa metálica planificada, com as medidas que foram usadas na produção do protótipo. Foi definido que a luminária seria presa por cabos de aço nas quatro pontas, o que conferiria resistência à peça. Os potes seriam soldados à chapa, e teriam dois furos: um para a passagem da fiação elétrica e outro para auxiliar a troca de ar entre o meio externo e o interno, diminuindo os riscos de acidente por aquecimento da peça. 

  A partir dessas definições, a produção do protótipo foi iniciada - e será documentada em breve no blog.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

os novos requisitos




  Partindo do que foi dito nos últimos posts criou-se uma nova lista de requisitos para os projetos: 

requisitos do projeto
_ gerar produtos duráveis
_utilizar matéria prima se fácil acesso
_utilizar maquinário acessível
_ter baixo custo de produção
_deve ter fácil produção
_ter alto valor de venda e alto valor agregado, gerando renda à quem optar por produzí-lo
_transmitir os principais conceitos de "design" a quem tiver contato com o projeto, mostrando que é possível fazer produtos mais caros com os resíduos descartados
_beneficiar quem o produzir sem, no entanto, causar danos ao meio ambiente.

requisitos da luminária:

básicos
_ter fiação necessária para acender normalmente
_deve ser segura, firme
_deve iluminar bem

performance
_deve ter bom acabamento
_deve ser fácil de se trocar as lâmpadas
_deve valorizar a luz
_deve ser leve, pendente
_deve ter aparência neutra
_deve aparentar alta qualidade e alto valor agregado
_deve ser conceitual, sustentável
_deve ser minimalista
_sua aparência deve despertar o interesse de quem o vir
_deve ter impacto no ambiente onde se insere

excitação
_pode se utilizar de artifícios para alterar a projeção da luz
_ será fruto de um trabalho comunitário de cunho social e com apelo ecológico. 

requisitos do pufe:

básicos
_deve ser muito resistente
_deve ter grande durabilidade
_deve sustentar o peso de um adulto médio sentado ou deitado

performance
_deve ser confortável
_deve ter revestimento
_deve ser bonito
_deve ser convidativo
_deve instigar o usuário ao uso e ao toque
_deve aparentar qualidade
_deve aparentar alto valor agregado
_deve parecer feito a mão
_deve ter bom acabamento

excitação
_o pufe será fruto de um trabalho comunitário de cunho social e com apelo ambiental.

--


   Todos os requisitos listados são importantes, mas o mais importante é que as peças tenham fácil produção, e que este processo envolva ferramentas e máquinas acessíveis. 

   A principal intenção desse projeto é que a luminária e o pufe possam ser produzidos por qualquer pessoa, com poucos recursos. Dessa forma, os materiais a serem utilizados devem ser baratos e fáceis de se encontrar, as máquinas usadas devem ser aquelas que todos temos em casa, como furadeira, serra tico-tico e martelo, por exemplo. Além disso e principalmente: o resultado deve ser bom o suficiente para que o produto seja vendido a um preço justo, e ainda assim gere renda a quem o produziu, tornando as peças sustentáveis. Isso significa que a intenção é fazer com que sua venda gere dinheiro o suficiente para bancar próximas produções.

e agora?

   Neste momento é importante pontuar o que muda e o que continua igual dentro do projeto.

   O intuito ainda é produzir uma luminária com potes de vidro descartados e um pufe de pneus velhos. Ambos materiais são abundantes no lixão, e a enorme quantidade de pneus chega a ser uma questão de saúde no centro de triagem do PSul. 
   
   Pelos motivos expostos aqui e aqui, tanto o público-alvo quanto o estilo das peças se mantém. Nesta nova geração de alternativas se busca requisitos e sensações similares às propostas anteriores, com pequenas alterações mostradas nos painéis semânticos à seguir.

Painel semântico do pufe: 




Painel semântico da luminária: 




  As alterações aconteceram após a revisão das pesquisas e dos objetivos deste projeto. Mais do que uma aparência sustentável, os produtos desenvolvidos buscam aparência de alto valor agregado, e isso deve ser conseguido principalmente através de formas modernas, que atraiam o público-alvo. Por este motivo, nos painéis foram introduzidas as ideias de "alto valor agregado", em detrimento à noção de preço de venda, e no caso da luminária, a "noção de movimento" substituiu a ideia de "sustentável", já que a primeira é um traço frequente nas soluções formais dos produtos contemporâneos.

  Revisando também a paleta de cores, concluiu-se que noções de elegância e alto valor estão geralmente associadas não só aos tons pastéis, mas também ao tons sóbrios como preto e cinza - sendo assim, essas cores foram incluídas da paleta de cores do pufe. Já a paleta de cores da luminária, que já era bastante abrangente, continuou praticamente a mesma. 

Paleta de cores da luminária:



Paleta de cores do pufe:




  A partir desta reestruturação dos pontos julgados falhos a partir do anteprojeto, partimos então para uma nova lista de requisitos e a segunda fase de geração de alternativas.

o retorno é o fim e o começo






    Depois de um longo período parado em razão da greve da UnB muita coisa mudou no projeto.

    A primeira e mais grave situação que surgiu neste período foi a falta de disponibilidade da comunidade de catadores da usina de triagem do PSul. Conforme foi passado pela presidente da associação, dona Graça, as prioridades do grupo mudaram e agora o foco deles seria a catação e a separação dos resíduos, e não o artesanato - a intenção dessa medida é tentar aumentar a produtividade do grupo para assim solucionar problemas estruturais que envolvem seu trabalho. As visitas para tratar do projeto passaram a atrapalhar as atividades da comunidade, que tinha metas a cumprir, e por isso, a parceria que deu origem ao projeto ficou bastante prejudicada.

   Conversando com o professor da disciplina e com colegas, foi decidido que o melhor a fazer, neste caso, era dar continuidade ao projeto sem a parceria com os catadores, mas tendo sempre em mente as limitações e os desejos que motivaram todo o desenvolvimento até aqui. Com essas mudanças, o produto final a que se pretende chegar serão não só os protótipos desenvolvidos a partir das soluções formais encontradas, mas também um breve tutorial de como produzir as peças - esta foi a forma encontrada de compartilhar com a comunidade os conhecimentos desenvolvidos na disciplina sem, no entanto, atrapalhar os trabalhadores em suas tarefas diárias. 

   Outra situação com a qual nos deparamos neste retorno aos trabalhos foi a simplicidade das alternativas que vinham sendo desenvolvidas até o momento. Com a orientação do professor e a ajuda de parentes e amigos que opinaram no projeto, concluiu-se que outra geração de alternativas era necessária para que novas formas fossem exploradas e assim se chegasse a resultados mais interessantes. 

É a partir daqui que o projeto re-aproveite, se recicla, toma novos contornos, e praticamente começa de novo.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

a gente transforma!

    


    Não é só na disciplina de PP3 que o assunto de design social está em voga! 


    Nessa semana, lendo na internet, descobri um projeto super interessante do designer Marcelo Rosembaum em uma comunidade carente no interior do Piauí. A iniciativa chama A Gente Transforma (AGT) e intenção é a mesma que a da disciplina que estamos cursando: usar o design como ferramenta transformadora da realidade de uma comunidade carente. O resultado do projeto do Rosembaum já foi exposto e aplaudido na semana de design de Milão, além de ter sido publicado em várias revistas de design, design de interiores, arquitetura, entre outros temas. A última boa novidade é que o projeto vai inspirar a cenografia do pavilhão da bienal durante o São Paulo Fashion Week - maior evento de moda do país - e assim ganhar ainda mais visibilidade e inspirar mais e mais pessoas! 


   O site do AGT é o http://www.rosenbaum.com.br/a-gente-transforma, e foi aqui que eu encontrei o projeto pela primeira vez, na área de destaques socioambientais. Vale a pena ler e conhecer mais, até para buscar inspiração nesse projeto de um grande designer que valoriza e acredita na cultura, no artesanato e nas manifestações tipicamente brasileiras.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

geração de alternativas, parte 1

   Com os requisitos iniciais definidos, foi hora de passar para o papel algumas das ideias de alternativas que podem ser desenvolvidas neste trabalho.
    As possibilidades de acabamentos a serem utilizados também estão mostradas nos desenhos abaixo. As opções serão validadas durante o desenvolvimento tridimensional das ideias, que compõe a parte 2 desta geração de alternativas.
   Abaixo, os rascunhos das soluções formais que servirão de base para o desenvolvimento e a produção do projeto.





    A seguir, algumas fotos da geração tridimensional das alternativas expostas nos desenhos:



 




   Abaixo, as fotos finais destas alternativas: